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De repente nos deparamos com o envolvimento de emoções e sentimentos que atravessam toda ordem e certezas da nossa subjetividade.

A paixão se instala como um sopro revolucionário que abala os conformismos funcionais estabelecidos, um mergulho ao centro poético de uma cotidianidade.

O que será de nós em tal situação de irradiação afetiva? Como seguir assim por esse estado que tende ao sacrifício do ser e que acena para a ilusão?

Sob intensidade da idealização, entregues e fragilizados em superlativos, um novo regime vai se instaurando, o amor, um canteiro de rosas em formação, regadas ao lado de espinheiros.




A passagem entre os espaços cotidianos junto às pessoas nos afeta com sensações, pensamentos e sentimentos. Nesses momentos o nosso habitat interior está presente no qual podemos compará-lo a uma casa, um lar onde encontramos paz e estrutura para o nosso desenvolvimento. A casa está vinculada à nossa autoestima, aos nossos aspectos emocionais e às nossas funções vitais, um lugar de proteção e vida frutífera que propicia a construção dos recursos necessários para ser livre naquilo que somos. No entanto, nesse nosso habitat assim como em toda casa atitudes negativas e experiências dolorosas podem marcar as paredes íntimas. Lembranças ruins podem ficar guardadas e amontoadas de tal modo que modifique as expetativas que depositamos na casa mudando seu status de porto-seguro para prisão sufocante.

A experiência de solidão é muitas vezes associada a um modo patológico de manifestação subjetiva e negativada a ponto de ser sistematicamente tratada e curada.

Ser levado por uma solidão que nos põe a sós com nosso próprio íntimo é a possibilidade de nos levar ao encontro de um espaço de abertura de sentidos e renovação dos estilos de viver.

Ao invés de persistir ansiosamente na recondução à uma suposta normalidade da convivência grupal e social, porque não pensar a capacidade de ficar só?

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